segunda-feira, 17 de agosto de 2009

“Uma verdade inconveniente”, de Al Gore.


Em linhas gerais, o filme “Uma verdade inconveniente” nos faz um convite para uma reflexão não só sobre nossa postura diante ao planeta Terra, mas também traz uma ponderação quanto a nossa postura diante de si mesmo e do outro.

O autor utiliza as discussões sobre o aquecimento global, de uma forma bastante contundente e aprofundada conceitualmente, eliminando assim a possibilidade de entendimento de que se tratava apenas de uma discussão do movimento ambientalista ou mesmo superficial. Os dados levantados mostram a gravidade do tema e aponta os possíveis responsáveis e as respectivas possibilidades de resolução.

A seqüência de imagens e gráficos demonstram de forma convincente os efeitos, em escala mundial, dos acontecimentos que cercam o meio ambiente. Os depoimentos e acontecimentos da vida pessoal de Al Gore, seja na infância, seja no senado americano, ou no processo eleitoral trazem momentos elucidativos para a compreensão da sua opção pela “cruzada” em prol das questões ambientais pelo mundo. Seja portanto quando se deu o acidente com seu filho , seja quando Al Gore apresenta sutilmente a idéia de que o povo americano poderia ter optado por sua candidatura a presidência dos estados Unidos por se tratar de alguém capaz de “resolver” o problema, em relação ao seu opositor. Tal analise, contudo, não inviabiliza o teor do filme, a proposta geral levantada com a riqueza de detalhes e informações aqui já comentados.

Para efeito de reflexão, o filme analisa o papel da humanidade, e dos homens e mulheres individualmente, frente a questões globais de tamanha magnitude, quanto à sua própria existência. Valores individuais são confrontados quando se pensa as complexas conjunturas inerentes à sociedade humana, ou seja, nações que disputam espaços hegemônicos no âmbito político, econômico e territorial, gerando assim uma luta desenfreada sem limites, no ambiente micro ou macro.

O planeta Terra passa então a ser entendida apenas como uma “coisa” apenas a disposição dos ditames senhoriais, o que leva a pensarmos que, para alem de uma mudança de atitude perante o planeta, teremos que nos esforçar para uma mudança coletiva capaz de provocar mudanças em escala mundial, mudança na forma de conceber o outro, conceber o ambiente e conceber a razão da existência humana , no presente e futuro. Aqui fica explicito que há um componente significativo na ordem de valores éticos e morais secularmente traduzidos como “normais” e que necessitaram sofrer abalos em seus pilares.

Ora, o que é bom para mim, ou para minha nação, necessariamente não será o melhor para o outro. Então pensando localmente, sem perder o global, estará a humanidade dando um passo importante para entendermos a mensagem obvia explicita nas palavras do ex- vice-presidente norte americano Al Gore em sua cruzada mundial. Neste momento, portanto, as possíveis verdades deixarão de ser tão inconvenientes e passarão a ser tornar absolutamente necessária. Que seja tão logo.

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